domingo, janeiro 30

The sounds of my soul

O que fazer ao cair? Provavelmente o mais fácil ao cair é continuar no chão, sofrendo as dores de sua queda. Até porque nada é mais doloroso que uma boa queda, e nada é mais reconfortante que ficar estirado no chão esperando a dor passar.

Mas como continuaremos andando se continuarmos, ali, estagnados, estirados naquele chão gélido, que mais parece um banho de água fria, aonde tentamos nos recuperar de uma gripe.

A vida faz isso com a gente. Ou não, claro que não. A gente faz isso com a gente, quem dá o primeiro passo somos nós, então quem tem que ser responsabilizado pela queda só pode ser nós mesmos.

Mas não é o fim do mundo. Por pior que pareça, é apenas mais uma queda, que vai nos deixar mais fortes. "Não existe mau que não tenha vindo pro bem". Prefiro acreditar nisso, do que acreditar que a vida nos prega peças para rir de nossas caras.



"O que nos resta é levantarmos, e continuar ouvindo o barulho de nossa alma."

terça-feira, janeiro 25

Pegue um lápis

Pego um papel, já estou com a caneta do lado. O que escrever agora? Quero escrever uma música, mas não vem nada em minha cabeça. E agora? Descanso a caneta no papel e paro. Por quê mesmo eu queria escrever alguma coisa? Ah, li uma frase que me inspirou. Tudo bem, vamos tentar de novo...

"Aquele dia que em que eu ti perdi,
me fez perceber
que por mais que eu tente
não sou bom o suficiente,
para ter você..."

Não, que raiva. Não quero nada melodramático, já basta meu pensamentos bipolares. Amassei o papel e joguei no lixo, igualzinho como eu fiz com as outras as dezenas de papéis que estão naquele lixo e em sua volta.

Desisto, acho que o que eu devo fazer mesmo é ficar com aqueles mesmo pensamentos bipolares, que me fazem ser feliz na maior parte do tempo, mas estragando toda minha felicidade, ao ver seu olho percorrendo outra rota, que não a nossa.

"Só o meu lápis sabe quantas palavras foram escritas para você, mas a borracha insistia em apagar tudo. E esquecendo-as no ar de apenas mais uma lembrança que será esquecida ao decorrer do tempo."

quinta-feira, janeiro 20

Os olhos mentem a cor da noite.

Ao olhar naqueles olhos, vi meu eu nela, pensei se era verdade aquilo, resolvi refletir no nosso relacionamento. Mas do que estou falando? Nós não temos nenhum relacionamento, na verdade, eu nem conheço essa pessoa. Continuando, passo a passo, passou por mim, andando sem alterar seu ritmo, sem nem ao menos olhar pro lado, não percebi, o tempo parou.

Destino? Seria isso possível? Eu conhecia aquela moça, não, nunca tinha a visto, mas sabia que eu a conhecia de outro lugar, de outros carnavais. Tentei, pensei, procurei lembrar aquele rosto, mas só me vinha a cabeça aqueles incríveis olhos que refletiam uma luz diferente, uma luz quase divina.

Aqueles olhos, o que eram aquilo? Por que mexeram tanto comigo? Aquele brilho, aquele passo. Conseguia reparar em tudo que ela era. Ela tinha uma pinta no canto da boca, não que isso fosse relevante, comparado àquele olhar, mas chamava minha atenção.

Ao dobrar a esquina algo chamou minha atenção, um livro bonito, de capa dura, olhei pra o letreiro, descobri que estava numa Livraria, voltei meus olhos ao livro, foi então que eu entendi porque aquele livro tinha chamado minha atenção. Não, não era possível. Não era um livro qualquer, era "Dom Casmurro".


"Aquela era Capitú"