Então...

Caminhando lá, pela praia, eramos só nós dois. Eu e o mar, nos fazíamos companhia, como se só ele me entendesse. Me fazia bem caminhar, esquecer meus problemas, como eu fazia sempre, não por luxo, por necessidade.

Percebi então, que havia algo diferente nesse dia, tinha alguém na minha praia, na minha tão estimada praia que tanto me fez fugir da realidade. Ali estava ela, vindo em minha direção, pisando suavemente na areia, quase sem deixar impressões, com um vestido branco voando por causa do vento. Era o céu na Terra.

Não consegui mais tirar os olhos dela, minha mente que vagava pelo tempo/espaço, agora estava focada em algo que nem conhecia. Uma estranha que me pareceu ser feita pra mim. Ela era o molde daquilo que eu esperava pra mim. Não era perfeita, por mínimos detalhes que não me interessavam. Paramos.

-Já nos vimos em algum lugar? - perguntei

-Em nossos mais belos sonhos.

Universo Paralelo

Minha sonhadora mente,

cria coisas que eu não sei o nome.

Minha sonhadoramente mente,

vê verdade em suas mentiras.

Minha sonhadoramente mente, mente

me fazendo acreditar em tudo aquilo,

que em um momento, nada mais,

Talvez tenha sido real.

Fases

Só por meio de uma Sanidade Ilógica,
ela trocou seus tons claros, pelos obscuros.
Trocou a suavidade do anil,
pela morbidez do negro puro.

Só por meio de uma sanidade Ilógica,
ela cansou da inocência do seu ser.
Cansou da brincadeira de confiar,
e passou a conviver com o sofrer.

Só por meio de uma Sanidade Ilógica,
ela não quis mais sonhar.
Desaprendeu a sorrir,
perdeu a vontade de voar.

Seus sonhos? Diluídos.
Seu sorriso? Apagado.
Suas dores? Ninguém liga.
Sua vida... destruída.

Só por meio de uma Sanidade Ilógica...

Latência

Está tudo girando. Tento, mas não consigo fazer. Tento, mas não consigo terminar. Meus olhos se fecham, o sono me consome. Minha mente está a mil: imaginando, refletindo, querendo, sonhando. Meu corpo parece estar a dez, não quer mais se mexer, cansou de lutar, é um derrotado.

Tudo isso por conta de meus desejos e sentimentos mundanos, que não deixam meu corpo se desanimar por inteiro, na hora em que eu mais preciso parar.

E agora? Também não sei... E agora? Não quero mais pensar, não quero mais esse desejo que não me deixa parar. Me faz feliz, ao menos uma vez e... [pausa] vai embora?

A verdade é

que a força de uma amizade é maior que quaquer outra, é maior que a inveja, maior que a mentira, maior que a distância, maior que a desconfiança, simplismente é mais forte. Porque você procura seus amigos quando não está bem. Porque são eles que estão presente na maior parte da sua vida. Porque não medimos palavras, pra mostrar-los o certo. Porque a sensação estar com pessoas que gostam de estar do seu lado, é a melhor de todas.

"A verdadeira amizade é aquela que o vento não leva, e a distância não separa."

Sonhar alto.

"E hoje você se pergunta o porque de tudo isso ter acontecido. Eles entram e saem da sua vida como se atravessassem uma porta, sem segredo, sem medo, é quase um insulto brincar desse jeito com nosso futuro. Porque sim, eles determinam nosso futuro, mandando e desmandando no nosso presente. Nos tornam invisíveis, escravos de nossas ideias e sentimentos.

E no final, você se pega pensando neles..."

Dessa vez.

Depois de uma noite muito bem dormida, Anny acordou cansada, cansada dos mesmos sonhos ilusórios, fabulosos, magníficos, alienantes... mas sempre sonhos. Estava cansada de cenas felizes apenas na sua mente, enquanto sua realidade continuava a mesma tediosa e monótona.

Sonhava com histórias felizes, não, não eram contos de fadas, ela sabia que eles não existiam, pois não existem pessoas perfeitas para outras pessoas. Sonhava apenas com histórias felizes, também tinha um drama, um choro, mas ainda assim eram boas histórias. Cada dia com uma pessoa diferente, de jeitos diferentes, que a faziam bem.

Todos os dias ela acordava chorando por perceber que fora um sonho, que aquelas histórias só existiam na sua cabeça, não queria mais isso, nem abria mais os olhos ao acordar, levantar-se já era quase mecânico.

Mas esse dia ela acordou cansada, não queria mas as coisas desse jeito, e ao levantar-se, percebeu algo diferente ao seu lado.

Não foi um sonho, ela realmente estava vivendo.
A lágrima, dessa vez, não caiu.